quinta-feira, 15 de outubro de 2015

BODIES IN MOTION


Exposição de Pintura | FILIPE RODRIGUES
19 SET -30 OUT

Num universo narrativo habitado por personagens solitárias  inseridas em contextos distintos da sua proveniência, apresenta-se uma construção visual onde predomina o interesse pela cor, perspectiva e um desafio pelo registo imediato das formas. Induz o observador pela sedução do inacabado.
FR Setembro 2015




 patente na Galeria Pentágono até 30 de Outubro

Quarta a Sexta: 15h30-19h | Sábado: 15-18h30

terça-feira, 14 de julho de 2015

EMOTIONS


Exposição Colectiva de Pintura e Fotografia | Curadoria de GRAÇA MARTINS

CRISTINA TROUFA | DUARTE VITÓRIA | ISABEL DE SÁ | LUÍSA RODRIGUES |
 MANUELA MATOS MONTEIRO | PAULO DAMIÃO | PEDRO PASCOINHO

Esta exposição integra o olhar dos  artistas  revelando em cada obra vários tipos de emoções. Segundo o neurologista António Damásio, o que distingue sentimento de emoção está na diferença  do que é interior e exterior. O indivíduo experimenta a emoção, da qual surge um efeito interno, o sentimento. Os sentimentos são gerados por emoções e sentir emoções significa ter sentimentos. A exposição é composta por pintura e fotografia.   

CRISTINA TROUFA
"DIVINE"
2012| Acrílico s/tela | 150 x100cm

CRISTINA TROUFA
"EQUILÍBRIO"
2010| Acrílico s/tela | 190 x100cm

DUARTE VITÓRIA
"EMOTIONAL SENSATION"
2015 | Óleo s/linho| 140 x 150cm

ISABEL DE SÁ
"FEMININO"
Técnica mista s/tela| 70 x 100cm
ISABEL DE SÁ
"MASCULINO"
Técnica mista s/tela| 70 x 100cm

 LUÍSA RODRIGUES
"SILENT FILM"
2015 | Impressão em papel fineart Hahnemühle colada em alumínio | 20 x 27cm




 
MANUELA MATOS MONTEIRO
FOTOGRAFIAS
Impressão em papel fineart Hahnemühle impresso com tinta de pigmentos de 11 cores colada em alumínio compósito


 PAULO DAMIÃO
"AMPLITUDE"
2015| Óleo s/ tela| 160X130cm

PEDRO PASCOINHO"PRESENCE SERIE – DARK TEST"
Óleo s/papel | 38x28,5cm

PEDRO PASCOINHO"PRESENCE SERIE – DIPPED"
Óleo s/papel | 108x91cm|2010


Exposição patente na Galeria Pentágono até 30 de Julho

Quarta a Sexta: 15h30-19h | Sábado: 15-18h30

quarta-feira, 24 de junho de 2015

EMOTIONS

Exposição Colectiva de Pintura e Fotografia | Curadoria de GRAÇA MARTINS

CRISTINA TROUFA | DUARTE VITÓRIA | ISABEL DE SÁ | LUÍSA RODRIGUES | MANUELA MATOS MONTEIRO | 
PAULO DAMIÃO | PEDRO PASCOINHO

patente na Galeria Pentágono até 30 de Julho

Quarta a Sexta: 15h30-19h | Sábado: 15-18h30










segunda-feira, 1 de junho de 2015

PEDRO MESQUITA / PAULA MOURÃO GONÇALVES

O TESOURO DA ABISSÍNIA | 2014

Pedro Mesquita [Fotografia] 
Paula Mourão Gonçalves [Textos]









Caminhantes
Os peregrinos e turistas que todos os anos rumam a Lalibela para o Beza Kulum, o Natal da Igreja Ortodoxa Etíope, repetem, nos passos e, até, na devoção, os gestos que fazem o dia-a-dia do povo. Ao longo das estradas, rasgadas na terra, algumas já forradas de alcatrão, seguem viagem, num constante vaivém. Acompanham o gado, carregam fardos de palha, levam nos ombros a cevada com que produzem cerveja ou os troncos de eucalipto que alimentam os fornos da injera, ementa repetida a cada refeição.
Romeiros forçados num país onde um Porto-Algarve pode levar dois dias, palmilham quilómetros para encontrar água. No caminho, numa gasolineira ou em qualquer vendedor ambulante, vendem-se garrafas vazias, a par das sandálias de borracha trazidas pelos chineses que, definitivamente, colonizaram - ainda que comercialmente - todo o país.
Nas montanhas e nas aldeias históricas, poucos são os que conhecem já a azáfama da capital. Aqui, os romeiros calçam as mesmas sandálias, mas seguem para o Merkato, a gigantesca feira ao ar livre onde parecem desaguar os três milhões de habitantes de Adis Abeba. Vendem peças para automóveis, anunciam computadores, negoceiam em dólares e maravilham-se com as moedas de euro. 
O povo de Adis ainda levanta poeira num caminho onde já se trilha, agora, a linha do metro, um sinal de modernidade a transformar a Nova Flor* da Etiópia num enorme estaleiro.
*Nova Flor – Significado, em armárico, de Adis Abeba






 Raio de luz
Ao comando de um exército de homens e mulheres, foi decisiva para derrotar a Itália que, à época, ameaçava o território abissínio. Taitu Betul, a rainha guerreira despertara a minha curiosidade e admiração ainda em casa. Num roteiro turístico mais underground o nome da imperatriz surge associado a um clube de jazz inscrito na minha lista de locais a visitar.
Àquela hora da manhã, e já com umas quatro de viagem nas costas, a estrada chinesa marca-nos no corpo os defeitos da construção. Mais uma paragem. De um lado e do outro, plantações de cevada vergam-se às mãos dos homens que, de ceifeira na mão, desbastam a paisagem.Detenho-me num ponto, mais distante. Um grupo de miúdos guarda um rebanho. Assim que saímos, correm para nós. Fazem perguntas, sorriem, ensaiam poses para a fotografia. Só ela fica para trás, parada. Quando pressente a máquina, vira costas e baixa os olhos, timidamente. Avanço e pergunto como se chama. "Taitu", diz e toca-me na mão. Ficamos a olhar-nos. Quase não falamos. Pergunto-lhe apenas se sabe que o seu nome significa Sol. Assente com a cabeça e junta-se a mim para uma fotografia.À despedida, abraça-me e devolve-me um sorriso nostálgico como se lhe custasse a nossa partida.E, no meio do nada, encontrei a Luz da Etiópia e percebi neste sorriso toda a beleza e dignidade de um povo tão orgulhoso da sua soberania.















 Um caderno de quatro folhas
 360 quilómetros, nove horas de viagem. As pedras que rolam encosta abaixo e os buracos na estrada emperram o percurso mas é a curiosidade que dita as paragens. A mulher curvada sob o peso de um fardo de palha, o padre que pára para benzer quem passa, o rebanho de cabras encavalitadas na encosta, o homem armado que guarda o estaleiro chinês no meio do nada.
E as crianças, sempre as crianças. De um lado e do outro da estrada. Os uniformes da escola, toscas peças de sarja de cores garridas, desenham os percursos dos que vão e dos que regressam.
Acenam à nossa passagem e correm para nós. Saio para lhes falar, enquanto o Pedro tenta captar todo este bulício e guardá-lo em imagens. Rodeiam-me. Olhos vivos, curiosos, fitam-me, medem-me, sorriem-me e ficam à espera que fale.
Começo por ela. Chama-se Wubayehu, que, venho a saber depois, significa “bonita”. Traz na mão o caderno. Peço-lhe para ver. É um caderno de quatro folhas. Quatro folhas, dois agrafos no meio, os cantos rasgados. A protegê-las uma capa plástica, como um saco de arroz espalmado, dobrada nas pontas. Olho as letras desenhadas tentando decifrar o código armárico. “Tens uma letra muito bonita”, digo-lhe em inglês. Ela sorri, orgulhosa, e volta a guardar o caderno.
De repente, olho em volta e, sem que antes os tivesse visto, há uma dúzia de cadernos para conferir. Analiso cada um deles, elogio a letra, consigo ler um nome, falamos da dificuldade na Matemática. No final, retribuem sorrisos, acenam adeus emocionados. Dão a mão, esperam por um beijo. Pedem canetas…



Sete anos mais novos
"Somos sete anos mais novos", diz com graça Luel, o nosso guia. Percebi-o quando entrámos na escola, em Entoto, nas montanhas de Adis Abeba. No canto direito do meu caderno, escrevia 2 de Dezembro de 2014. No quadro, um dos miúdos corrigia-me desenhando a data 23/03/2007. Mas estamos em Março, perguntava eu. Novembro, disseram-me, que o calendário etíope começa em Setembro.




Exposição "O Tesouro da Abissínia" patente na Galeria Pentágono,
de 2 de Maio a 12 de Junho de 2015

Quarta a Sexta: 15h30-19h | Sábado: 15-18h30